segunda-feira, março 24, 2008

E por falar em saudade...

Ando com saudade do futuro
Ando com saudade de gente que eu não conheço
Lugares que eu nunca fui
comidas que eu nunca comi

ando com saudade de meditar na Índia
pegar onda na Indonésia
conversar com as francesinhas de Aux Saint Provence

sinto saudade de um perfume que nunca senti
no percoço de um cara que eu nunca vi
numa rua qualquer por onde jamais passei

me faz uma falta danada aquela vista que eu não vi
aquela musica que eu não ouvi
aquele monte de palavras que não falei

ai que saudade do chocolate que eu não comi
do amor que eu não vivi
do sorriso que eu não percebi!

Saudade do tempo que vem por aí
em vezes de outono, depois primavera
do cheiro e das cores
das flores, dos momentos, dos amores

Eita saudade de um dia
de quem sabe...
E quem saberia?

viverá!

Sat Nam ;)

terça-feira, março 18, 2008

eles, vocês e aqueles que ainda não sabemos o nome

Saudade é o que eu mais tenho sentido.

Saudade de mim quando criança irresponsável e sem hora de tomar banho. Da menina que mais parecia um moleque correndo na rua, brincando de esconde-esconde.

Saudade de conversar com ele e ouvir seus conselhos que eram únicos, duros e irredutíveis. De ouvir suas brincadeiras e sua risada escancarada. Suas histórias cheias de minúcias, aventuras e desordem juvenil.

Saudade da minha mãe quando eu me machucava na escola e rasgava a calça que ela insistia em mandar cerzir.

Saudade de ir comer doce com minha vó. Quando eu era menor (porque eu ainda sou pequena) ela me levava pra comer doce na praça. O gosto do que comíamos e o nome do lugar eu não me lembro. Ela me conta em detalhes e eu acredito no quanto aqueles momentos eram ótimos.

Saudade de brincar de pega-pega e de contar segredinhos antes de dormir pra minha irmã.

Dizer saudade é tão grande, tão profundo e tão intenso que já dói. Sentir então acaba fazendo o peito pulsar em desalinho e desacordo. Faz o corpo tremer a falta e alma decorar o rosto do retrato pra tentar ficar mais fácil.

Eu tenho amigos antigos, atuais, alguns de ontem e até aqueles que eu ainda nem conheço, mas que só de saber que estão no meu caminho já me fazem feliz.

Todos têm seu sabor, seu tempero, seu cheiro que me fazem alguém, me fazem pensar, me fazem amar e me fazem acreditar na vida. Eles tornam o sorriso mais leve e o olhar deslavado pra cantar pro mundo, pra lua e pras estrelas que estamos vivos e que essa história é uma só, até quando surgirem as próximas.

Essa saudade me sussurra a fugir do escritório, roubar a chave do caminhão e sair pela cidade colocando um a um ali dentro, da mesma forma que habitam meu coração.

Dizer a todos que os adoro, respeito e admiro. E dar um beijo amarrado num abraço apertado sem medo, sem traço e com o melhor laço que a vida já inventou.

Saudades de todos aqueles que levaram um pouco de mim e que me deixaram a outra parte preenchida pelo seu carinho.

sexta-feira, março 07, 2008

"Porque é triste o fim...
outro amor se acabou..."

É um amor acaba, outro começa.
Dizer adeus não é fácil. Sempre dói e deixa cicatrizes. Como aquelas de criança que você lembra como uma aventura boa ou como uma distração no meio da brincadeira
Mas começar e recomeçar é sempre bom.

Hoje eu disse "até nunca mais...pra que nunca mais você me veja chorar e pra que eu me jogue em outro canto mais sorridente, cheio de brincadeiras e sorrisinhos."

Esses dias eu descobri que sou uma criança grande. Um menininha que menstrua mas que tá mais a fim de pular dando parafuso na piscina do que fazer qualquer coisa da sua idade.

Eu sou assim. E a cada começo e recomeço me conheço, me admiro, me amo, me aceito!

Só pra contar pra vcs....

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Eu quero esse tempo pra sempre.

Andando pelo Brasil, eu já tive a impressão de que o país é bom demais mas que eu não gosto tanto assim das pessoas, gosto da minha cultura, do jeitão lá do interior, gosto do clima, de como a gente fala, de como se conhece pessoas em dois palitos. Mas sabe quando se acaba pensando, ôooo povinho desgraçado!
Então...em Londres não fica muito diferente, às vezes também me dá uma vontade de virar o país de ponta cabeça, tirar todo mundo de dentro e deixar só os melhorzinhos. É que inglês toma café o dia todo, fala de casa de milhões de libras como se fosse normal se endividar por causa de um jardim, o inglês anda de terno e gravada todo santo dia, no happy hour ou na balada de sábado (allowww é sábado!) e as inglesas só usam roupas de paninho de cores beige. E os ingleses definitivamente têm sangue de barata, eles não brigam, não se exaltam, não falam alto e dizem com licença e me desculpe a cada passo que dão. Sim, eu sei que isso é muito bom, mas como disse um americano "eles são tãaaao boring que eu até gosto dos franceses reclamões".
Galera, bom final de semana pra vocês, eu vou aproveitar que o tempo está friozinho, geladinho, refrescante, com cheirinho no ar, com luz do sol de vez em quando e vou tomar mais um chá e rever meus estudos!
Beijos com cheiro de Londres! (aquela quem vem depois do big ben e do metro e se conhece de trem)

domingo, janeiro 27, 2008

Apenas a agradecer

Enquanto isso, mais ao Sul, depois de uma bela curva costeira, no litora de Sampa, em Sssantoss, uma família se reúne com mais algumas pessoas queridas da mãe para uma oração ao redor da mesa farta. Todos juntos e de mãos dadas para a oração faz a mãe chorar depois do discurso breve do pai: "Não tenho nada a pedir, apenas a agradecer". Simples e suficiente. Foi o que o vento sussurrava nas bandas do lado de cá ao se dirigirem todos em direção a praia carregando cadeiras, champagne, rosas brancas e uma sacola de papelão com as devidas taças para o brinde com o pé na areia: "... apenas a agradecer..."

Os fogos vieram com mais força e mais sincronia, novos barcos no mar iluminavam e enfeitavam a noite. A cada tiro de luz, muita felicidade expressa nos rostos das pessoas. A cada Luz surgindo no céu, mais abraços e mais desejos de paz, saúde, amor e sucesso.

Tim-tim e apenas a agradecer!

Com licença!
Sete Ondinhas!
Um pedido!
A rosa pra Iemanjá!
Sair de ré!
Obrigada!

FELIZ 2008!!! 1 início brilhante!!!

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Saudações Baianas!!!

Era meia noite em quase todo o Brasil, porém não na Bahia. "A Bahia tem um jeiiiito..."

E foi assim que 2008 chegou pra mim. Sem relógio no pulso. Sob um céu onde as estrelas despencavam oferecidas e descaradas, distribuindo desejos, sorte e um espetáculo a parte. No banco azul, além da loira de vestido branco com a barra manchada de arco-íris, um polonês deslumbrado com o Brazil, um casal que só se beijava e um vento companheiro que assobiava em braile: "adeus ano velho, feliz ano novo...que tuuuuudo se realize no ano que vai nascer".

Como de costume a frente vinha ele, o mar. Ali, onduloso e impassível, sorrindo de rosto colado com o céu, num horizonte que apenas por alguns segundos, descuidava-se de sua tarefa e, sem perceber, revelava em entrelinhas celestiais tudo o que a existência transborda em conter.

É ano novo no Brasil quase todo, mas na Bahia ainda não. A Bahia é cautelosa, serena e, embora não ande na ponta dos pés, caminha com pés tranquilos, seguros do que lhe cabe executar e do que humildemente cabe-lhe, somente, participar.

Uma hora se passou. Os lábios de quase todos os brasileiros apaixonados já haviam se descolado. Os braços e abraços de ternura por toda a nação tupiniquim já haviam se desentrelaçado...e foi então, que o ano novo fulminou a Bahia.

Entre macumbas, acarajés e tapiocas, Iemanjá suspirou fundo e deu de si o mais belo dos sorrisos. A Bahia - e mudou? - explodiu em festas e festejos de agradecimentos. Ondas puladas, mãos dadas, gargalhadas. Pedidos, esperança, fogos e dança.

2008 chegou na Bahia pleno da energia que veio desde o Chuí. O ano novo chegou naquela terra com calma, porém não atrasado, veio no tempo de um povo que aprendeu que a hora não é a do relógio, é a do corpo, que sente muito calor e, por isso, age mais lento; é a da alma que precisa parar, vez por outra, pra observar e absorver tanta beleza que a cerca; é a da mente, que não tem obrigação nenhuma de sobrecarregar-se, então, aceita seu rítmo.

O rítmo baiano é um rítimo alegre, simples, belo. Um rítmo de vogais abertas, encaixado nos sorrisos largos. Um rítmo exclamativo, que convida, recebe, oferece. Um rítmo dançante, que embala uma celebração constante, já que a vida, por si só, é um todo motivo de festa!

Salve salve a Bahia e o povo Baiano! Que em 2008 aprendamos com eles a respeitar o nosso tempo, admirar a nossa Terra e comemorar cada dia. Já que a vida é bela e a essência do tempo não são os segundos, e sim aquilo que realmente merece vir primeiro!!!

SAT NAM ;)

ps: na Bahia não há horário de verão, e não, não é porque o dia escurece mais tarde. Perguntei para um Baiano o porquê disso e a resposta foi: "ôh moça, é que aqui ninguém liga pra isso não"!!!

ps2: Feliz ano todo...um 2008 incrrrrrrrrível.

Se cuidem e se jogueeeeeeeeemmmmmmm

O Primeiro Passo

Ao acordar: desligar o alarme, jogar a coberta para o lado, pôr travesseiros no chão, esticar os lençois, dobrar a coberta e colocar os travesseiros sobre a cama. Todo dia, de folga, se chuva ou de escola vai começar sempre assim. E depois vai vir sempre a parte de tirar e dobrar o pijama, enfiá-lo debaixo de um travesseiro e vestir a roupa do dia.
E todas as vezes que eu for enviar um e-mail, vai começar clicando em ''Novo''. E para tomar um chá, vai ser encher a chaleira de água, tirar o leite da geladeira, dispôr os açúcar e xícaras sobre a pia.
Simples assim, começamos as coisas do mesmo jeito. Se o e-mail vai ser monótono e complicado ou se o chá é pra mim e mais dois o primeiro passo vai ser o mesmo para ambas as alternativas.
E pimba, hora que a gente se dá conta, já está na rua, já passou da parte do começo e já está visando o final. O começo é o gatilho e depois não pára. Abro um olho com preguiça de manhã, o que me deixa ser o dia todo, estar lá e estar cá. O primeiro passo é se dispôr, é sair na chuva, é abrir as cortinas antes que o dia-a-dia te arrombe. É se proteger e se antecipar. Eu quero ligar e conversar, apesar de não ser fácil, por que o começo vai ser sempre discar zero e a palavra alô, por que haveria então motivo para deixar passar a oportunidade.

domingo, janeiro 06, 2008

ela e sua personagem

Enquanto ela se arrumava de lilás, amarelo, rosa e todas as cores que levava no coração, o último dia de dezembro saia de fininho para a chegada do tão esperado 2008. Ela se maquiou com cuidado, perfumou o vestido e prendeu os cabelos nas laterais. Escolheu o melhor sorriso e o olhar mais forte que encontrou para dizer adeus ao que passou e agradecer a oportunidade de mais um recomeço.
O novo ano estava quase pronto para se apresentar em meio àquelas pessoas batucando seus surdos e pandeiros. Era unânime o bom-humor e praticamente impossivel não dizer 'feliz ano novo' a qualquer um que passasse; branco, negro, homem, mulher...fosse quem fosse...
Bonito de se ver, gostoso de se arrepiar diante da energia positiva e do escuro se clareando pelos celulares daquelas almas envolvidas pelo motivo comum de divertir, prometer mesmo sem saber exatamente como cumprir.
Por fim ela chegou na areia, olhou o mar com carinho, cumprimentou os amigos da tarde que mais parecíam amigos de infância.
Sentiu saudade, a brisa e aquele oco que costuma aparecer de vez em quando pra lembrá-la que ele não pode mais ser visto com olhos comuns. Agora só são sussurros e sonhos de conselhos.
Por fim distanciou-se desses pensamentos para dar lugar aos fogos que iluminavam o céu e o champagne caindo em seus cabelos já não tão arrumados quanto antes...Deu boas vindas ao ano, pulou as sete ondas mesmo sem fazer os pedidos, sorriu ao mundo e abraçou a vida.
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O final da festa ela não quis me contar. Disse que não queria ter sido uma das personagens principais daquele desfecho e preferiu esquecer....