sexta-feira, outubro 26, 2007

O que vc faria se só te restasse um dia???

Há um tempo a Globo fez uma mini-série sobre o fim do mundo (a Tati fala de matéria da BBC e eu de novelinha! rs), embora eu não lembre absolutamente NADA da trama nem dos atores, lembro absolutamente bem da música tema da abertura, que vem a ser um clássico do Moska (que na época era Paulinho Mosca) e que me fez não só passar a admirar este artista, como também pensar sériamente naquele assunto.
Para quem nunca ouviu a música, ela começa assim "o que vc faria se só te restasse esse dia? Se o mundo fosse acabar, me diz o que vc faria...saia pelado na chuva...entrava de roupa no mar...me diz o que vc faria..." e continuava, falando várias loucuras poderiam ser normalmente cometidas, caso aquele fosse o último dos últimos dias.
Daquele - que não foi último - dia em diante, eu nunca mais fui a mesma. Lembro que depois do primeiro capítulo a gente desceu pra brincar e, nem eu nem todas as outras crianças dos 165 apartamentos daquele prédio em que eu morava conseguíamos parar de pensar naquilo.
Naquele dia não houve brincadeira. Houve alguma coisa perto de uma tentativa de debate onde, na verdade, uma pirralhada falava nada mais nada menos do que achava, o que a tv dizia o que seus pais "sabiam".
No meio do zum-zum-zum e da gritaria toda, percebi um certo desespero coletivo (claro que eu não compreendi isso na hora!) e, como boa "almanaque-abril" que sou, fui em busca de alternativas mais concretas.
Entrei no elevador, apertei o décimo andar, entrei no apto 104 e lancei: é verdade que o mundo vai acabar?
Meu pai, que sempre sabe das coisas já ia começar um discurso científico, qdo minha mãe interrompeu, pedagogicamente falando:
- Não sei minha filha, na verdade ninguém sabe. Os ciêntistas pesquisam, o filósofos estudam...mas a verdade mesmo é que ninguém sabe dizer ao certo se o mundo vai acabar.
Virei de volta para porta, que eu nem tinha fechado, e saí. Porém, ao invés de pegar o elevador e voltar com a resposta da minha mãe polemizando o coreto, entrei na escada de serviço e sentei em qualquer degrau. No escuro.
Fiquei imaginando se seria assim qdo o mundo acabasse. Fiquei imaginando mil coisas, tantas coisas. Fiquei imaginando a terra tremendo, um imensa onda invadindo tudo, o centro do planeta "vomitando", uma guerra mundial. Uma guerra universal, até.
E de repente: lixo! O mundo vai acabar de tanto lixo. Aquilo ficou assim, simples e totalmente óbvio pra mim. Como se eu tivesse descoberto em meia hora de reflexão algo que a humanidade estava tentado desvendar há séculos.
O efeito que a revelação me causou talvez não tenha sido perceptível às pessoas, mas desde aquele dia, desde aquela música do Moska, eu passei a respeitar e amar muito mais a natureza e a me entregar à maioria das minhas loucuras, afinal...o que vc faria se só te restasse esse dia????

SAT NAM ;)

quinta-feira, outubro 25, 2007

Até quanto os humanos sabem contar?

Até infinito, deeeerrrr.

Será?

Sabe, é que eu tava lendo na BBC sobre uma publicação da ONU sobre o meio ambiente... pera nao vai embora, juro que eu não vou dar uma de ativista pró-ursos polares! Então, nessa matéria está lá falando que o mundo vai acabar mesmo, que não tem mais peixe, que o acesso à água potável está cada vez menor e que apesar das pessoas estarem vivendo e ganhando mais, a degradação do meio ambiente vai reverter esse processo. Daí ...eu que sou muito normal me perguntei até quanto nos conseguimos contar por que me parece que quanto mais zeros eles colocam
10 motoqueiros morrem em São Paulo por dia(ou é 1 ou 100?)
100 jovens negros mortos em Londres desde o começo do ano
1000 famílias desabrigadas por causa de sei-lá-o-que...
milhões sem comida, sem trabalho e com HIV...
quanto mais zeros, menos faz efeito. Pq até 50 você tem idéia de quantos foram mortos, mas hora que começam a falar que a Revolução das quantas deixos 3 trilhões de mortos com 700.000 abduzidos, 986.000 desaparecidos e bla bla bla, aí o cidadão normal, na sua vida normal e preocupado com o salário no fim do mês e o preço da gasolina já não tem mais noção de nada e acha que isso é tudo coisa que não tem a ver com ele.
Pois eu estou interessada em saber até quanto a gente consegue contar. Queria saber pra where tha hell todos esses peixes que eles pescam vai parar( no Carrefour pra famílias de média classe comprarem 70% e o resto estragar?).
Não sei, só estou dizendo que parece que é tudo muito grande, muito fora do meu alcance mas que ...quem não vai ter água pra beber daqui 40 anos vou ser eu. Hm... não convenceu né..?! Ainda não estou me sentindo vulnerável mas... lá no fundo dá um desespero, uma vontade de ser alguém por que alguéns mudam algumas coisas, tem influencia em algumas coisas e quem sabe eu não consiga contar até um pouco mais além né ...

E Paula, teu post me lembrou Lulu Santos :
Vamos viver tudo que há pra viveeeer,
Vamos nos permiiiiitir!

quarta-feira, outubro 24, 2007

...

O dia amanheceu chuvoso e eu me permiti dormir. Deixei de lado, por alguns instantes, minha disciplina, meu comprimisso e minha aula de pilates, abracei minha cachorrinha, me enrosquei no edredon e dorrrrrrrrrrmi!
Enquanto a chuva cai, os carros buzinam, as pessoas correm embaixo de seus guarda-chuvas coloridos...eu dormi um pouco mais.
Um pouco, muito, tanto faz. O simples ato de me permitir fez toda a diferença.

Assim, debaixo dessa chuva que não para, eu olho para o Bugainville florido de cor-de-rosa em frente minha janela e em silêncio brindamos a vida!

SAT NAM ;)

sexta-feira, outubro 19, 2007

Quando eu mudei de cidade, meu namorado foi jogar tenis, de raiva, pra ver se aliviava.
Hoje eu fui na biblioteca, fazer trabalho, ficar fora de casa, fingir que tudo-bem. Londres, pra mim, mudou de cor, mudou de cheiro. As pessoas aqui sao de todos os tipos e cores, mas uniformemente sao feias, malvestidas e mal-cheirosas. Mas sao muito educadas no fim das contas, diminuem o aquecedor em 1 grau por que querem salvar o mundo e sao quadradinhas. Desde que elas estejam 'a 20cm longe de mim, eu gosto das pessos daqui e um dia eu vou entende-las. Ir na biblioteca nao ajudou muito e olha que antes de hoje eu nem reparava muito nas pessoas de Londres. Ainda acho que todo mundo tem o direito de ser feliz e gracas a deus os meus dias nao sao monotonos ou estressantes e melhor ainda, eu nao reclamo da vida, afinal, sou eu quem fac'o.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Normal

Normal. Normal. É assim, exatamente assim: normal. Nem bom, nem mal...norrrrrmal. Mornamente normal, tranquilamente normal, explicitamente normal...desconfortavelmente: NORMAL.
Os surtos, em quem é mais pra doidera do que pra sanidade, sempre surgem depois de um período de normalidade. Se nenhum Freud descobriu isso ainda, avisem a psicanálise que aqui do alto de minha cadeira de almofada azul marinho, essa conclusão me acometeu.
Dá-se em dias ensolarados em que começam calmos e o rádio toca músicas das quais sabe-se o refrão e...nada de mais acontece. Dá-se mais gravemente ainda quando toda uma semana é povoada por quase nehuma lágrima, alguns sorrisos, meia dúzia de novidades alheias e uma mala ali, semi pronta, no pé da cama, com preguiça de se fazer e de se desfazer.
Pode ser falta de cerveja - que bêbado ninguém é normal - ou quem sabe de certeza. Pode ser excesso de dia-a-dia, costume de desafio, saudade acomodada. Pode ser tudo, pode ser nada...o estranho é ser normal.
Normalmente loira, ilegalmente normal, impossivelmente comum, visto uma calça jeans e uma camiseta branca, vou de ipod e óculos escuros pegar um ônibus pro meu lugar...disfarçada de qualquer um, confusamente igual. Toda, inteira, desigual...num surto versão normal.

SAT NAM

quarta-feira, outubro 10, 2007

Hm...

Eu fui me esconder no segundo andar da biblioteca, virando à direita aqui e à esquerda ali até achar a sala mais vazia com um computador e mesa. Dos meus sonhos de pequenininha um deles era o de trabalhar na biblioteca durante a faculdade e agora eu percebo que eu gosto mesmo é de estudar em meio de livros e onde todo mundo fica em silencio ocupado com coisa importante.
Estou com pouca ¨disponibilidade de fontes¨, com uma vontade inorexáel de tomar café ou coca e sintomas de trembiliques. Se não tomo café, trembiliques. Se tomo café, menos "fontes". Menos "fontes", mais trembiliques. Desisto. Vou ser feliz e assistir um filme acompanhado de pipoquinha e chá inglês com leite.
A população de São Paulo aumentou mais de 38% nos últimos quatro anos. Mas que o mundo está errado todo mundo já sabia. (O que ninguém diz é como e onde essas pessoas foram parar...)

Bom fim de tarde ensolarado.