Jaca na maca indo pra faca!
Andei só de paquera com o necas, entre dores e pontadas.
Ufa! Mas passou e tô nova em folha, ou em orelha!
Seja como for o momento convalescente deu lugar a história, a memória do que fiz ou fizeram comigo na semana passada.
Lá vai:
No quarto sozinha. Entra a enfermeira e diz: “Tira toda a sua roupa, toma esse comprimido e deita ali, ok?”.
Ahh claro, tudo certo, tudo perfeito. Quer dizer então que eu fico só com essa roupinha ridícula abertinha cinicamente na frente? E pior de tudo, fico doidona com essa tal bolinha azul que você me mandou jogar goela abaixo?
Tudo bem! Tá beleza, quem mandou se enfiar nessa?
Espera que te espera...de repente me dou conta que os olhos estão pesados e o pensamento meio confuso... A verdade é que eu tava mais pra lá do que pra cá!
Toc-toc – será que eles têm sensor e já sabiam que eu tava locona, pelada (esquece! Não era sexy a situação!) e deitada?
O enfermeiro (simpático...não sei se era mesmo ou se o tal que eu engoli tava no grau) me pergunta: “Vamos?”.
Péra lá seu moço, “vamo onde? Qual a balada? Que eu tô no ponto, depois dos 3 engradados resumidos numa bolinha que engoli num gole só”.
Nada disso...vamos pra faca querida!
Passeei pelos corredores, pelo elevador (imagine você descendo deitada no elevador loca de bolota cerúlea? Que visual! Uhuuu...). E chegando ao segundo andar me estacionaram ali num canto como se eu fosse uma jaca em cima da maca.
Credo! Que relaxo! E eu aqui querendo fazer pipi.
“Moça, moça...Ô moça? Onde eu tô?”
Inútil perguntar qual o lugar em que eu fiquei. Juro que esse flash ainda não tive.
Ai que susto! Um homem de branco, barba e sorriso vem conversar. Eu lhe confesso minha imensa vontade de fazer xixi. Ele, gracioso, me oferece uma comadre. Eu agradeço e digo:”prefiro segurar! Em comadre num dá né doctor?”
O Sr. Sorrisão lasca uma gargalhada e manda a enfermeira me acompanhar até o banheiro. Hááá...tava mais loca que a Britney Spears e a enfermeirinha tava de sacanagem comigo porque parecia que ela me puxava pro chão. Será que foi ela mesmo? -fiquei na duvida agora.
Ufa! Alivio total, xixi feito, vamos pra faca de uma vez?
“Oi doutor. Corta ali, arruma aqui, fechado? Amanhã a gente se vê!”
Puft! Champagne na veia e eu fui pelo espaço, viajando por Marte, Vênus e talvez tenha dado até uma passadinha por Plutão. Passagem comprada, no ônibus espacial hospitalar com direito a doutor Sorrisão – o da comadre- de pouco em pouco ou, muito em muito (não me lembro!) segurando minha mão e me chamando de volta a Terra pra conferir de tinha encontrado algum ET verdão pela estrada sideral.
Enfim, tudo cortado, vou pro quarto a perfeita múmia da cabeça enfaixada. Zuada e acabada.
Pra resumir a experiência. Foi tudo ótimo, não me arrependo de nenhuma pontada e latejada na cabeça que senti na noite do dia do feito.
Mas com a correria esqueci de perguntar o nome da bolinha azul.
Putz...que pena, fica pra próxima!
Um comentário:
O nome nem interessa muito, o importante é que a bolinha era a azul e não a vermelha!
Sabe que fiquei com vontade até de experimentar essa bolinha nos corredores dos hospitais!
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