Sim, meninas, eu estou de partida.
Se ao menos eu conseguisse parar de chorar. Not easy.
A mala está pronta, se é que uma lona verde que parece um saco de boxe entra na categoria "mala". 20 kgs de quinquilharia. E desespero incomensurável.
O bom de entrar numa fria, mas das bem grandes, é perceber o quanto de gente gosta de mim e o quanto elas nem ligaram pro que eu fiz, tanto os amigos de 16, de 28, de 42 e de 50, nem tchum. Ops não citei que eu fiz algo errado? Pois é, eu fiz, e as consequências são enormes e a situação muito complicada.
Voltando, eles olharam pra minha cara com aquela expressão de "se vai fazer errado, faz certo pelo menos, né cabeçuda" mas todo mundo deu a maior força, me ofereceram casas e propostas de adoção, me deram abraços apertados e me escutaram, me aconselharam, falaram que qualquer coisa estão aí e que eu vou conseguir. Agradeço de coração.
Reconheci quem vale a pena, quem gosta, quem se importa, quem tem dor de estômago só de pensar que eu possa estar mal. Reconheci também aqueles que de última hora vêm dizer que me amam, que me adoram e grande coisa por que nunca tiveram aí pra mim e que só querem fazer moralzinha.

CORAGEM. FÉ. DISCERNIMENTO.

Meus pulmões tentam aspirar todo esse novo ar que entrou na minha atmosfera, toda essa nova realidade, meu mundo mudou de cor, ficou inteiriiiinho branco, longe-longe com umas pintinhas, mas quase todo cor de tela sem pintura.