quinta-feira, janeiro 04, 2007

Duas vezes zero- zero- sete! (2 x 007)

É ano, é novo. É vida, a mesma. Relida sim, cheia de esperança também. Mudança. Espero muitas. Esse ano, abro minhas asas pra todas elas, solto minhas garras pro futuro, e pro passado: mando beijos, dúzias de beijos estalados ao ar!
Adeus 2006, so long, até nunca mais...
A errante aqui quer o 7, o "007" com 2 na frente. Que dois mil e sete seja o ano do "Bond", "James Bond"...o ano em que o impossível torna-se viável duplamente e atravessar um rio cheio de jacarés com apenas uma pinça e um binóculo, seja simples, afinal de contas, virando o binóculo ao contrário, os jacarés ficam minúsculos, basta tirar um por um com a pinça e sair nadando.
"...é que o ponto de vista é que é o ponto da questão" (Raulzito)
Quero que 2007 seja o ano em que os pontos-de-vista sejam ilimitados, inimitados, infinitos. Que a gente suba na ponta do pé da nossa alma e desça nas profundezas do oceano da nossa mente, só pra "mirar" diferente.
Nada é. Tudo depende de quem olha e como vê.
Eu quero que a gente veja música, ouça poesia, sinta coragem, emane fé e sorria amor.
Eu tô com sede de viver. Transformar meu mundo. Eu tô louca pra fugir, pra dentro, pra fora, pra longe. Pra encarar, pra lutar. Sair da poltrona do cinema da minha vida, pular pra tela, de cabeça do maior bunguee jump do mundo com a Carol, agarrando tudo com a Nati, começando e escolhendo com a Tati.
Meninas: entre loucuras e abraços, lua quase cheia, pele ardida do sol do dia inteiro, galera reunida, amigos de fé, minha irmã e minha best friend, muita vodka com qualquer coisa, roupa branca, terceiro olho e incenso de mel...meu ano novo atravessou o riozinho da Guarda do Embaú embalado pelo som das estrelas, das nossas risadas e dos plânctons que cintilavam a cada remada do barqueiro. Bucólico.
Cheguei no mar e, como de costume, não consegui me desvencilhar. Não pulei 7 ondas, não fiz sete pedidos. Fiquei ali parada, olhando pra ele, pra ela - a vida. Agradeci. Deixei mil ondas molharem meus pés, inundarem minha alma, levarem o que passou e o que não passa, mas tem que passar. Trazerem o que for pra ser e a aceitação do que for pra não ser.
Fiquei ali umas 3 horas, ás vezes sozinha, ás vezes acomapanhada de gente que eu amo e que tava ali comigo, com a D. Iemanjá, bem no rio a beira mar. Ficamos ali, nos deixando levar. Arrastando o pé na areia, vendo o espiro-diro brilhar.
A gente é onda do mesmo mar. Vai, arrebenta e parece que acabou, mas nenhuma onda tem fim...é um eterno renovar.

O vento, á essa altura, fez nossa pele queimada arrepiar-se de frio. O barqueiro, então, levou-nos de volta. Era umas 3:30, a banda tocava um reggae indecifrável e a gente procurando mais cerveja.
Eis que não quando, meu ouvido decifra a letra, reconhece a voz. meus olhos não acreditam no que vêem, é verdade: o Falcão, vocalista do Rappa, tá ali, pouquíssimos metros da gente, cantando e balançando os dreads "todo camburão tem um pouco de navio negreeeeeeiro"...pausa...A turma toda vai ao delírio. e o cara segue dando a canja, balançando a galera que aumenta a cada refrão. É um uníssono que canta "a minha alma tá armada e apontada para cara do sossêgo"...e o cara ali, cantando, ensinando, embalando. Cumprindo sua missão. Depois de 4 músicas começa o tumulto, ele manda uma mensagem de feliz 2007 e vai embora.
A galera pede mais, ele não volta. Já deu seu recado. Todo mundo extasiado, lágrimas nos olhos de muitos. Foi emocionante. Dava pra pegar um punhadinho da energia que rolou ali e guardar no bolso, pra dar sorte. Eu guardei, no coração!
Você sabe o poder que você tem de mudar a vida de alguém? Ele sabe e faz isso muito bem, já que "paz sem voz, não é paz, é medo". Valeu Falcão, você tranformou nossa virada genial, numa reviravolta espetacular!

A festa ainda continuou por muito tempo, por muitos abraços, muitas latas de cervejas, muitas fotos, gargalhadas, beijos, converasas, olhares.
Até que o sol nasceu, cauteloso, talvez sabendo que a galera ainda tava na pilha e queria um pouco mais de noite ou, até, indo devagar pra não machucar aqueles tantos olhos vermelhos de tudo.
Eu fui pra casa, comi um crepe de queijo no caminho. Já eram 7 da matina. Peguei o celular e a canga, fui até a praia, rezei mais, meditei mais, fiz todas as minhas conecções. Liguei pros amigos queridos desejando um feliz ano novo e agradeci por um dia tão especial!

Meu reveillon foi incrível! E o ano todo será sensacional!

Dormi na rede, com um ventinho soprando e uma chuvinha abençoada que veio cedinho espalhando aquele cheiro de terra molhada.

Que 2007 sejam mais 365 oportunidades de curarmos a nós mesmos, elevarmos aos nossos próximos e contribuírmos para a evolução positiva da humanidade.

SAT NAM

ps: tattoo do meu amigo, frase que não sai da minha cabeça: "nunca se perde o que verdadeiramente se possiu"...dá pra começar o ano refletindo nisso aí, não???

ps2: acabo de acabar de ler "Caçador de Pipas"...fala sério, o cara mais que merece ser best seller. Vcs já leram???? Não percam! eu empresto pra quem quiser!

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